sexta-feira, 6 de julho de 2007

Comunicado

Caros Colegas e Amigo(a)s


A nossa candidatura continua a fazer o seu caminho até às eleições de Outubro. Entretanto, e para estarmos todos informados, deixo-vos estes três pontos sobre o que se vai passando:


1. Confirma-se a Reunião de 11 de Julho, mais uma vez no Hotel Vila Galé Porto, no esquema habitual; quem quiser vai jantar às 20:30h e a reunião decorre a seguir às 21:30h. O objectivo é aprovar o Programa Final e avaliar as disponibilidades de cada um. Só nos voltaremos a reunir depois, em Setembro, já muito em cima da campanha, por isso é importante a presença de todos.


2.Como a maioria sabe, decorreu na segunda-feira passada, dia 2, um debate organizado pela SRN da Ordem dos Arquitectos, em Serralves, relativo à revisão do 73/73, intitulado “Da prática à Regulamentação”.

Estiveram presentes alguns dos mais ilustres arquitectos da nossa praça, bem como muitos colegas que entenderam por bem dar o seu contributo.

Desde logo foi possível perceber duas coisas; Por um lado o caracter atrapalhado da organização, à volta de uma dança de cadeiras mais ou menos incompreensível, sem que nenhum dos convidados nem dos organizadores parecesse perceber bem o que estava ali a fazer (aliás, a ignorância relativamente à revisão do 73/73 foi nota dominante). Por outro, a falta de representação da generalidade dos arquitectos, visto que os presentes tinham uma proveniência comum, isto é, a FAUP.

Ao contrário do que sempre temos defendido; a abertura da Ordem a todos os arquitectos, ali entende-se inequivocamente que só alguns contam, o resto é paisagem, ou talvez seja melhor dizer “deserto”.

O debate correu dentro do que seria de esperar, com os convidados a relatarem as suas experiências pessoais, a revelarem amiúde que nada tem contra os engenheiros com quem sempre tiveram óptimas relações de trabalho, mais uma vez alheados da verdadeira dimensão dos problemas. Apenas Eduardo Souto Moura, visivelmente indignado, parecia querer saber como podiam as coisas ter corrido tão mal à Ordem dos Arquitectos.

Talvez não fosse de esperar mais informação dos nossos colegas, cuja intensa actividade profissional retira alguma atenção aos meandros políticos. Mas certamente que os órgãos eleitos da SRN deveriam ter uma postura de maior responsabilidade sobre os assuntos que interessam a todos os arquitectos e deixar de imputar sempre a Lisboa, ao Governo e à Helena Roseta, que até está de saída, tudo o que de pior vai sucedendo.

Se a revisão do 73/73 é desastrosa para nós, arquitectos, a culpa não é de um qualquer bicho papão, e sim da inacção e incompetência daqueles que nos representam, isto é, os órgãos em exercício da Ordem dos Arquitectos, incluindo a SRN.

Depois de um mandato inteiro sem nada fazer, não é um debate mal organizado, com uma abordagem equivocada dos problemas que vai lavar a face a ninguém.


3. Continuam a ser necessárias as declarações de subscrição da candidatura para formalizar o processo. São já muitos os colegas que nos apoiam e de muitas zonas da região, mas ainda faltam algumas declarações assinadas. É por isso muito importante que não se esqueçam de todas as que tiverem. Envio em anexo a declaração não preenchida para aqueles que ainda não a tem.


Até quarta,


Daniel Fortuna do Couto


7 comentários:

Anónimo disse...

contem comigo e com os meus colegas.
Só gostava de fazer uma pequena observação. Efectivamente o Souto Moura foi o mais directo nas questões. Mas o restante "Star System" tem a mesma ideia. Não foram, foi tão longe. Só foi pena o Manuel Vicente, coitado, não responder as perguntas. Que os arquitectos não fazem leis já todos nos sabemos - E ainda bem.
Agora que os arquitectos, que nos todos temos como representantes, não façam o seu papel de averiguar o que se legisla para o nosso futuro é que nos não queriamos que acontecesse. "Mas mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo".
Isto não pode ficar assim.
quando imagino o encolher de ombros do serôdio até tenho arrepios. Não só por mim, mas também pelos estágiarios que trabalham de borla no escritório dele.Cuidado. se não mudamos o rumo das coisas temos que mudar nos de profissão. ... E eu não queria.
A.L.

Anónimo disse...

Como se podia subentender na publicitação do dito “debate”, através do veículo de auto-propaganda dos dirigentes da SRN, também conhecido por www.oasrn.org, a constatação foi mais que evidente, eis o arranque de uma campanha eleitoral…
Em algo estes “senhores” são coerentes no seu discurso, para que culpabilizar os colegas engenheiros e afins, quando praticam o mesmo código de conduta com os seus próprios colegas de profissão?! Para que se hão-de maçar com trivialidades como o 73/73, quando os actuais corpos dirigentes, quer a nível regional como nacional, tão bem os instalou nesse tão confortável “star system”, através da permissividade em concursos públicos e dos estágios de admissão à ordem… Não se deveria avisar os “senhores” que a escravatura foi abolida em Portugal com a lei 25 de Fevereiro de 1869?
Finalmente alguém que quer pôr ordem nesta desordem instituída.

António Figueiredo disse...

Esta história do 73, é apenas mais uma entre tantas outras, deste nosso Portugal. Cruzamos os braços e exigimos ao Estado que resolva os nossos problemas, e quando, após anos de espera e grandes expectativas, o Estado finalmente intervém, a solução desagrada-nos. Mas porquê tanta surpresa?
Não era um decreto de lei, feito á nossa medida, que iria alterar o estado das coisas. Enquanto a OA não conseguir passar a mensagem (ou pelo menos tentar) para a sociedade, do papel que o arquitecto pode e deve ter no seu desenvolvimento, não há lei que nos valha. Sejamos realistas, a maioria dos portugueses não sabe a diferença entre a actividade exercida por um arquitecto e um engenheiro. Para essa grande maioria, somos todos engenheiros, pelo que não é de admirar que muito trabalho seja entregue aos engenheiros. Essa é porventura, a tarefa mais difícil da OA, a de alterar a consciência colectiva,no que concerne ao lugar e estatuto do
arquitecto na sociedade portuguesa.
Mas isso dificilmente acontecerá, enquanto a OA continuar a ser dirigida por grupos dedicados á causa da sua autopromoção e vaidades pessoais.
Há que dizer "BASTA" e pôr as coisas NA ORDEM!

Anónimo disse...

Caro António Figueiredo, não podia estar mais de acordo com o que afirma, mas se queremos alterar e educar a consciência colectiva no que se refere ao exercício da profissão há que saber educar a nova geração de arquitectos.
Não é com acções de formação, integradas num dito estágio de “admissão” (admissão ao desemprego?!), compostas por módulos como Deontologia do Exercício da Profissão, que apenas é um debitar de fórmulas memorizadas sem qualquer tipo de mais valia. E onde a mesma deontologia é genialmente ensinada num outro modulo pelo exmo. sr. Tesoureiro do actual corpo dirigente da SRN, o sr. arq. Rafael, que perante uma imensa plateia dá o seu caso pessoal, que tem três jovens estagiários gratuitos e que esses se esforçarem muito, mas mesmo muito, pode ser que no final um seja o eleito com direito a um “docinho”, uma remuneraçãozinha (não podemos esquecer que o país está em crise, esta desculpa fica sempre bem) na contra-entrega de um recibo verde.
As capacidades pedagógicas dos formadores são extraordinárias, como o colega António Figueiredo já o disse, um reflexo deste nosso Portugal. E como bons portugueses, 80% dos formadores são dirigentes da actual SRN, i wonder why? the jobs for the boys.
Caros colegas é a hora de agir, há que deixar de lamentar. AGIR é VOTAR pondo esta instituição NA ORDEM!!!
Margarida Santos

Anónimo disse...

Tenho presenciado as reuniões todas e ainda não abri a boca para sugerir nada. Pois até a bem pouco tempo, ou melhor dizendo até me convidarem para a primeira reunião, fiz como provavelmente todos os outros arquitectos, desliguei me praticamente imediatamente da Ordem. Indo ao ponto de me esquecer da sua existência, esse fenómeno é infelizmente interrompido ciclicamente de três em três meses pelo envio da cota a pagar. Cota que inexoravelmente aparece, que haja muito vento, muita chuva, muito calor ou muita secura, tens de a pagar, contra tudo e mais alguma coisa, mesmo que não saibas para que é que ela serve, ou que te serve bem ou mal, não interessa.... PAGA!!! Sim, mesmo com esta secura que vai neste deserto que é o do mundo da Arquitectura. Só quem conhece o caminho neste período dito de crise é que consegue atravessá-lo como os reis magos, deixando atrás deles uns quantos marcos da dita cuja Arte chamada Architecture Contemporaine (wouahou, até soa bem, fantástico, alias quanto mais fantástico, melhor, mais eles percebem-se e menos nós os percebemos). Os que restam, navegam no submundo da arquitectura (que fica logo abaixo do deserto)e tentam safar-se como os ratos. Safe-se quem puder! Apanha o que puderes. Não comentes com teus colegas, ainda te podem tirar o prato da sopa. Têm de se sujeitar aos ratos ratos mais gordos. até neste submundo existe uma hierarquia, os ratos mais gordos e os ratos magros, consoante os anos de experiência, o tamanho do negócio, a pasta de conhecimentos bem colocados para os ditos tráfegos de influência. Enfim, todos esses parâmetros que iram ditar a tabela de honorários dos colegas que trabalham para os outros colegas, sim o outros colegas mais gordos. Sim os que não estão bem bem, mas logo a seguir os que não nada. Afinal, será que existe alguma diferença? Não, acho que não. Bem, se pensar melhor até há, apesar dos dois aproveitarem se deste caos instaurado pela Ordem, uns não se importam de usar o perfil alto por que gostam e abusam, e outros de usar o perfil baixo porque não têm capacidade de estar na susmencionada. De qualquer forma o resultado é praticamente igual.
Então, Voilá, cá estou eu. Estas reuniões fizeram me abrir os olhos,os Olhos da consciência. Estas reuniões permitiram me descobrir pessoas que estam decidas em dedicar tempo e recursos para convencer o maior numero de colegas e amigos de que o futuro da nossa profissão está nas mãos de cada um de nós. Cabe a cada um de nós de participar nesta campanha da mesma forma que eles, não será necessário fazer um grande esforço pois a união faz a força.
Temos que nos mentalizar que não pudemos permitir uma desigualdade tão grande no seio duma profissão, temos de ser justo para puder haver respeito comum e sanear uma estrutura corrompida por esquemas de compromissos e tráfego de influências, para nós e quem sabe os nossos filhos.

Anónimo disse...

Mais uma para a cesta dos comentários, gostava de relatar um acontecimento.
Há dias liguei para ordem, após várias tentativas de comunicação, consigo ser atendida por uma secretária. Explico lhe o que pretendo na perspectiva de regularizar as minhas cotas e as da minha mulher. Visto que a minha mulher é independente, deu interrupção de actividade na segurança Social na óptica de poder criar o equivalente a uma baixa de parte, para podermos criar uma familiá. Salientei esse facto a secretária no âmbito da possibilidade de descontar esse período de interrupção de actividade, e conseguir assim a isenção de cotas sob apresentação do documento susmencionado. A secretária respondeu me agor era tarde demais, devia ter tratado disse na altura e que certamente não iria haver efeitos retroactivos se quisesse podia mandar um requerimento de pedido de isenção de pagamento de cotas ao presidente da SRN, mas que muito certamente não me seria concedido. Então fiquei mais que revoltado, em primeiro na forma como fui atendido, como se fosse um fora de lei a quem deveria-mos tratar da saude, em segundo, por que acho espectacular como qualquer um naquela ordem se substitui a outro, com que facilidade se usurpa dos poderes e das aptidões, da facilidade em que qualquer um diz qualquer coisa sem primeiro averiguar. Enfim, é a ordem que temos.
Pois irei escrever esse famoso requerimento de isenção de cotas, e prometo vos que vos manterei informados, para o melhor como para o pior.
La suite au prochain numero.

Anónimo disse...

Caro ZZ:
Tem de entender que mesmo que esteja sem trabalho e/ou a exercer outra profissão é necessário o pagamento das cotas. Que outra forma tem a SRN e a própria OA de garantir os honorários dos seus formadores (também pertencentes ao corpo dirigente e outros amigos), auto-promoções, festas post mortem and so on and on…
Margarida Santos